Saudações aos viajantes, aqui quem fala é o argonauta do século XXI. Ao contrário dos meus companheiros gregos eu não sou um desbravador de oceanos ainda. Nesse blog eu vou navegar no espaço virtual e trazer os assuntos mais interessantes que encontrar; junto com essas "especiarias" vamos discutir temas da atualidade e ainda vou deixar um lugarzinho para publicar meus textos literários. Espero que curtam e visitem sempre.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Sozinha no baile (micro-conto)


Era a garota mais bonita do colégio.
Não foi convidada pro baile. Os garotos tinham medo de aborda-la.
Decidiu ir sozinha.Usou um vestido vermelho deslumbrante.
Os homens esqueceram seus pares; todos queriam dançar com ela.
Raphael da Guanabara

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O que acabei de ler

Resolvi mudar o título da postagem (antes era: o que estou lendo) porque acho mais fácil falar sobre um livro depois que já terminamos de ler e dessa forma posso dizer minhas impressões sobre ele e se recomendo-o ou não. O último que acabei de ler foi "Vidas secas" de Graciliano Ramos. O livro é bem conhecido pelo fato de ser abordado durante o ensino médio em literatura. Ele conta a história de Fabiano e sua família e sua eterna busca por melhores (ou fuga de piores) condições de vida nos sertões nordetinos. O romance para mim é bem singular o número de personagens é bem reduzido, o que permite uma análise profunda de cada um deles. O autor disseca a personalidade desses sertanejos (inclusive da cachorra baleia que é uma das personagens mais importantes) revelando seus sonhos, suas limitações e a visão que eles tem do mundo ao redor. Eu achei o livro bem triste. O clima de miséria e precariedade (principalmente cultural) está presente em quase todos os capítulos. O autor também muitas vezes animaliza suas personagens humanas e personifica a personagem animal (porque só tem uma mesmo). Talvez seja para reforçar a importância da cachorra ou então para explicitar a miséria da família ou quem sabe esses fatos nem tenham relação direta. A dificuldade de comunicação também é observada. Em alguns momentos cheguei a imaginar homens das cavernas interagindo de tão precária que era a habilidade de compreensão e expressão das personagens. Na edição que lí há uma análise do romance no final do livro feita por Álvaro Lins, mas eu ainda não lí. Quando eu ler talvez eu compreenda melhor o livro. No geral eu gostei do livro. Não considero um livro fundamental para ter no seu ranking de lidos, mas a leitura vale a pena sim (principalmente pela Baleia que é uma personagem muito bem construída).
Esse mês também estou terminado de ler "O rio do meio" da Lya Luft e começando a ler "Til" do José de Alencar. Assim que temrinar de ler posto minhas análises aqui.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

De grão em grão...


Esses dias notei um padrão aqui no blog, depois do primeiro mês existem vários meses com apenas uma postagem. O ditado diz que de grão em grão a galinha enche o papo, mas como já rebatia o poeta: "o tempo não pára". Essa galinha, da qual o ditado fala, com certeza não era a galinha dos ovos de ouro porque essa (que é muito rara de ser encontrada) come ávidamente para produzir os ovos tão estimados. Nós nunca sabemos como será o amanhã por isso escritores e, principalmente, blogueiros devem produzir muito. Cada um escreve por um motivo, mas eu conocordo e sou adepto da filosofia de Lygia Fagundes Telles quando ela dizia que o sonho do escritor é ser imortalizado através de seu trabalho. Eu escrevo para nunca morrer, mesmo depois que não puder mais escrever nada. Pra mim isso significa ser eternamente revivido e recontado através de meus textos.

Todo artista tem sua fase menos produtiva e espero que essa fase tenha passado aqui. Com esse post eu já estou quebrando o padrão pelo menos; no mês de julho eu garanto que não haverá só uma postagem, mas o que não pode acontecer é empacar em duas né?
Raphael da Guanabara

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O que estou lendo

Na verdade o título do post deveria ser "o que acabei de ler", já que já lí os dois livros que vou comentar aqui e ambos foram em um dia. Os dois livros são do meu autor predileto (que já foi citado aqui) Jorge Amado. O primeiro que vou falar foi o segundo que lí e foi "A descoberta da América pelos turcos". Tem um prosfácio de José Saramago no livro e é claro que a minha crítica não vai se comparar a dele, mas eu vou tentar passar com muita sinceridade as minhas impressões sobre o livro. Esse romance foi escrito por encomenda do governo italiano para a comemoração dos 500 anos de "descoberta" da América e foi um dos últimos livros escritos pelo baiano. A história conta a chegada de dois árabes na Bahia e seu posterior estabelecimento no sul do estado e ainda a saga do "desposamento" de Adma, filha primogênita e feia (ou melhor intragável) de um comerciante árabe quase falido. Como Saramago diz no prosfácio a aparente desinibição mascara a mais pura inocência do romance, porque na verdade todas as "baixarias" e outras coisas relatadas no livro fazem parte da natureza humana. Eu gostei do livro, mas não diria que é um dos melhores que já lí dele. Talvez pelo fato de ser encomendado tenha tirado um pouco da magia (mas muito pouco mesmo). O que achei mais engraçado foi a ácida crítica que o autor faz aos europeus e aos italianos em especial sendo o livro uma encomenda da Itália. Bom, quem quiser conhecer mais pode comprar o livro que vale muito a pena, mas, caso seja o primeiro livro do autor que leia, não se baseie nele para julgar a obra de Jorge como um todo.
O outro livro que lí desse autor esse mês foi "A morte e a morte de Quincas Berro D'água" essa novela foi escrita pelo autor em uma semana a pedido de um amigo e é muito interessante. Conta a história de Quincas e suas três mortes ao total; Quincas era um pai de família respeitável que em vida decidiu chutar o pau da barraca e se tornou um dos vagabundos mais conhecidos de Salvador. Quando ele morre a família vê uma chance de restituir sua fama imaculada, mas acabam surgindo duas versões de sua morte e até hoje ninguém sabe qual é a verdadeira. Sobre esse fato Jorge disse que nas ladeiras do pelourinho "ressucitou Quincas Berro D'água", ou seja, na visão do autor o personagem enganou a morte com o gingado de um típico malandro soteropolitano. Então mesmo em morte Quincas não voltou a ser aquilo que a família desejara (na minha opinião). Eu opinei no site do escritor sobre o romance e o meu comentário pode ser visto no link aí em cima. Gostei mais desse livro do que do último que falei aqui e se for pra comprar só um recomendo esse.
Por enquanto eu não vou ler outro do Jorge Amado porque estou esperando para comprar o próximo livro no relançamento que está tendo, mas vou continuar postando aqui os livros que estou lendo. O último que postei aqui terminei de ler esse mês também (o vermelho e o negro). No geral é um bom livro e vale a pena ler, mas não foi tão bom que eu esperava. A melhor parte é o fim quando o protagonista é preso e descobre o que é liberdade dentro da prisão.