Saudações aos viajantes, aqui quem fala é o argonauta do século XXI. Ao contrário dos meus companheiros gregos eu não sou um desbravador de oceanos ainda. Nesse blog eu vou navegar no espaço virtual e trazer os assuntos mais interessantes que encontrar; junto com essas "especiarias" vamos discutir temas da atualidade e ainda vou deixar um lugarzinho para publicar meus textos literários. Espero que curtam e visitem sempre.

sábado, 27 de dezembro de 2008

O enigma da esfinge


Finalmente alguém aderiu ao projeto de transformar um fato da vida em um texto aqui no blog, esse é a respeito de uma grande amiga minha que pediu isso pra mim. Espero que ela goste e espero que vocês gostem também, eu caprichei muito e demorei muito pra terminar também rs.
Quem se interessar ou quiser saber mais é só me mandar um e-mail ou ler o texto aí do lado.


Ela abriu os olhos e notou a mão dele afagando seu cabelo. Continuaram os dois deitados, só os dedos dele moviam-se entre os fios louros e sedosos dela; tudo mais estava imóvel, o tempo estava suspenso, aguardando, e os olhos se encontravam e se invadiam. Ele sorriu, ela olhou.
_Acho que nós devíamos terminar. Ela disse com a voz minguada.
O sorriso desmancha, os dedos param e dessa vez tudo fica suspenso, aguardando.
_Por que? Ele pergunta.
_Porque você não quer o que eu quero.
_O que?
_Eu quero um relancionamento.
_Mas o que é isso?
_Eu não sei, mas não é o que eu quero.
_Eu não quero ficar sem você.
_Mas você também não quer ficar comigo.
_Mas eu não estou com você?
Silêncio.
_Eu não posso continuar assim, estou envolvida demais pra ficar e de menos pra um namoro.
_Por que não podemos ficar como estamos?
_Eu acabei de dizer o porquê.
_Namoro é só uma palavra.
_Então por que você resiste? Se não significa nada?
Silêncio. E mais silêncio. Tempo suspenso mais uma vez.
Ela virou o corpo e encarou o teto, iluminado pelo sol matutino, para não ter que encará-lo. Ele pegou a mão dela num movimento que sugeria que ela o olhasse. Depois de um tempo assim, um tempo que poderia ter sido segundos ou minutos, ela virou o rosto para ele de novo. Ele disse:
_Você promete que nós não vamos nos separar?
Silêncio.
_Me prometa.
_Eu não posso.
_Por que?
_Porque você não quer me dar o que eu preciso.
_Mas nós estamos juntos, estamos curtindo. Eu gosto de você.
_Mas não o suficiente.
_O compromisso não significa nada.
_Por que você me ofende assim?
_Como assim?
_Eu não sou uma criança. Não diga que não significa nada quando eu sei o real motivo para você não querer isso!
Silêncio. Olhos marejados. Só um par deles.
Ela vira o corpo de frente para ele e ambos se encaram, olhos nos olhos. Ambos tentam se decifrar, se entender, se sintonizar. Ambos fracassam.
_Você sabe que não podemos continuar. Não assim.
_Por que?
Ela sorri como se lembrasse de um momento bom e diz:
_Porque você ainda pergunta o porquê...
Ela se levanta da cama e sai pela porta do quarto confiante. Ele fica, suspenso como o tempo.

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